segunda-feira, 30 de maio de 2016

Cura.



Chega uma hora que cansa.

Cansa de lutar.
Cansa de tentar.
Cansa de explicar....
Cansa de buscar.


Se eu erro, você vê.
Se eu acerto, você não nota.

A minha existência você ignora.

Eu tô tentando acertar.
Eu tô tentando melhorar.
Você não vê?

Sei que não, dá pra perceber.
Tudo isso não é o suficiente pra você.

O melhor de mim que nunca é suficiente.
Não só pra você, mas, talvez, pra ninguém.
Sempre tá faltando algo.
Uma parte, um detalhe, um vestígio.

Falta pra você.
Falta praquele tio que se fez distante.
Talvez no trabalho, pra família, aos amigos.
Falta até pra vida.

Por mais que eu busque, lute.
Não adianta.
Não muda.
Não passa.

Meu carma.

A cura que não vem.
A cura que não chega.

A dor persiste no corpo, no ego e na alma.

A calma já não mora mais em mim.

Não há remédio que cure.
Não há tratamento que mude.

Não existe nada que eu busque pra mudar isso.

Eu tento, busco, arrisco. Acredito!
Eu procuro, mas estou sempre correndo em círculos.

Eu tento acreditar que vou encontrar.
Mas só consigo me enganar.
Me engano que isso vai passar.
Que isso vai mudar.
Que a cura vai chegar.
Não chega, não vem, não passa.

O corpo tá marcado.
O ego frustrado.
O coração tá cansado.

A alma pede calma.
A alma diz pra não desistir.
Mas é difícil encontrar forças e motivos pra insistir.

Insistir cansa.
Juro que sim!
E me sinto assim.
Sem saber o que mais tentar.

Vida, cura minh'alma.
Alma, me cura.
Cura sangue.
Sangue me ajuda a conseguir a cura.

Cura.
Um remédio pro mal, os erros, personalidade, verdade.
Cura.
Orgulho, impaciente gênio, sangue persistente.
Cura.
Mágoa.
Cura.
Amadurece. Cresce. Leve.
Cura.
Limpa. Leva. Lava.
Cura.

Livra. Sólta. Carma.

Cura!


Renata Galbine!

terça-feira, 10 de maio de 2016

Os Opostos.


Opostos até se atraem.
Opostos até se distraem.
Mas opostos se cansam, desgastam.
Opostos perdem a graça bem mais rápido.
Porque não existe nada melhor, mais prazeroso, interessante e envolvente do que alguém que fale a mesma língua que você.
Do que alguém que converse com você.
Alguém que tem assunto com você.
Alguém que tem o mesmo jeito que você.
Que gosta das mesmas coisas que você para que aquilo se torne uma troca e não uma "guerra", competição, ou até mesmo motivo de desmerecimento e zoação.

Eu gosto é de quem gosta comigo.
Eu gosto é de quem não enxerga só o seu próprio umbigo.
Eu gosto é de quem entende o que eu tô falando.
Eu gosto é de quem sente o que eu tô sentindo.
Eu não gosto de gostar sozinha, querer sozinha, cantar sozinha, fazer sozinha.

Gostar eu até gosto.
Mas a troca é sempre tão mais prazerosa.
É troca de sentimentos, experiências, envolvimentos.

O oposto se cala quando você fala.
O oposto nem sempre ri quando você brinca.
O oposto não se encanta.
O oposto não canta.

Ah, o oposto...

O oposto é a ausência do brilho e da intensidade que você tem dentro de você e gostaria de receber.

Mas não vai.
Por isso, não esteja disposto para um lado oposto do seu!


Renata Galbine!

segunda-feira, 2 de maio de 2016

Saudade Do Interior



E nesse ano, completam 6 anos que me mudei para o Estado do Rio.
E NÃO TEM UM ANO que isso deixa de acontecer.
É o frio começar a chegar para o coração apertar e dar vontade de voltar.
Bate uma saudade tão grande que transbordam em palavras, ou lágrimas.

Saudade boa.
Saudade ruim.
Saudade confusa.
Saudade nostálgica.

Vontade de voltar.
Vontade de ter tudo aquilo de novo.
Vontade de acordar com os passarinhos cantando.
Vontade de olhar pela janela e ver toda aquela serração da madrugada caindo sob as montanhas verdinhas.
Vontade de na Sexta a noite ir numa dessas festinhas de Igreja e tomar um vinho quente pra aquecer, encontrar os amigos, conversar.
E no Sábado sair pra dançar, ouvir Sertanejo até clarear e voltar pra casa tão empolgada, sem vontade de deitar.

Saudade de uma roda de viola, onde você nem precisa pedir, mas todas as músicas que você quer escutar, você vai escutar.
Sentir aquele frio cortante e o céu apaixonante, absolutamente estrelado.
Fazer brincadeira com seus amigos, do tipo:
"AôÔ, potência.
AôÔ, sete arqueeeeire.
Chooora, mizéééra.
Sasinhora!!!"

Eles entenderem e entrarem na brincadeira e não ficar boiando e deixar você com cara de tacho. rs

Vontade de dançar agarradinho.
Saudade de dançar sem precisar ensinar.
Vontade de escutar a sanfona chorar.
Saudade de tudo o que esse friozinho me faz lembrar e tô distante pra poder viver.



Renata Galbine!