sexta-feira, 31 de março de 2017

Não Faz Mais Diferença


Já não faz mais diferença.
Já não faço mais questão da sua presença.
Já me acostumei com a sua ausência.

Durante o dia você já não era mesmo a minha companhia.
A minha madrugada já não está mais vazia.

O mundo que você desmontou já se remontou ao que era antes de você chegar.

Você era o que eu queria.
Mas depois que notei que em você não era o mesmo que eu sentia,
Brequei,
Parei,
Me decepcionei,
Repensei,
Recuei,
Chorei,
Respirei,
Me recuperei.

Passou.

Passou da forma que você chegou.
Do nada.

Eu acreditei que no futuro eu seria sua amada.
Não fantasiei. Apenas acreditei no que dizia.
Só depois percebi que não era isso o que você queria.

Ainda não entendi o por que tudo mudou assim.
Mas quem sou eu pra insistir?
Desisti.

Não vou sofrer pelo passado.
Perder o meu presente por alguém intransigente.

Você disse que nada mudou.
Sabemos que sim. Você não quer mais saber de mim.
Seguirei em frente.

Já não faz mais diferença.
Não mais.
Não faz.

Te peço licença e digo:

- Não é nenhuma sentença, é apenas a última peça do jogo que você começou e você mesmo quebrou.

Acabou.
O que mal começou!


Renata Galbine​!

Enforcamento



Ela morreu.

Morreu pelo excesso.

Pelo excesso de sentimentos....
Pelo excesso de pensamentos.



Morreu enforcada.
Morreu sufocada.
Morreu engasgada.
Com tanta palavra entalada.
Que não conseguia falar.
Que não era capaz de dizer.
Apenas expressar pelo olhar para quem fosse capaz de ver o fundo da sua alma.
No máximo, conseguia acumular no peito de forma que viesse a angustiar.

Cada vez mais.
Agoniar.
Agonizar.

Inconformada com muitos.
Decepcionada com tantos.

Ela só queria mostrar seu ponto de vista.
Como se isso fosse o suficiente pra modificar alguém.
Mas ela não conseguia mudar nem a si mesma.

Ela sabia onde errava.
Ela sabia onde excedia.
Mas por mais que tentava, não conseguia acertar.
E isso a fazia se sentir pior.
Se sentir pra baixo.
Se sentir um peso, se sentir um erro.
Se sentir abaixo de todos.
Como se não fosse capaz.

Haviam coisas que ela já nem tentava mais.
Pois acreditava que não conseguiria.
Ela já não acreditava mais em si.
Tão pouco nos outros.

Estava perdida nos seus excessos.
Sem saber lidar com as pessoas a sua volta.

Sua família.
Seus amigos.
Suas paixões.

Só desilusões.

A calma não era um excesso.
Mas a ansiedade e insegurança a tomavam com tamanho sucesso que nem ela conseguia entender.
Tão pouco conter.

No fundo, ela só queria ser diferente.
Ou melhor:
Indiferente.

Indiferente a dor.
Indiferente ao amor.
Indiferente a tudo.

Mais fria.
Menos intensa.
Não tão transparente.
Menos exigente. Exigente com o outro, exigente com ela.

Ela queria que o muito, dentro dela, passasse a ser pouco.
Ou nada.
Que o extraordinário, pra ela, fosse comum.
Que ela não se sentisse sozinha em lugar algum.
Que não fosse tão sensível em momento nenhum.

Mas ela não era assim.
E já não sabia mais o que fazer pra ser diferente.

Ela morreu, sim.

Com o excesso de querer fazer,
Mostrar,
Ter,
Surpreender,
Orgulhar,
Satisfazer,
Agradar,
Amar.

Viver.

E morreu.

Enforcada em meio a tantos laços despedaçados, embolados e enrolados em si!


Renata Galbine!

segunda-feira, 27 de março de 2017

Mente O Que Sente Pra Conseguir O Que Quer



Não me venha com essa que não será capaz de corresponder.
E que eu mereço alguém melhor do que você.
Que eu sou perfeita, mas a gente não tem nada a ver.
Que eu quero algo sério, mas esse não é o seu jeito de viver.

Me lembro bem que você dizia que queria namorar.
Agora me vem com esse papo de que só quer ficar.
Que tá focado no trabalho e a liberdade é o seu lar.

Uma coisa você não pode dizer:
Que eu desrespeitei seu tempo e seu trabalho eu não soube compreender.
Você não demonstrava que não queria se envolver.
O que parece de tudo isso é que fez apenas pra me ter.

E teve.

Mas, ainda assim, não sou capaz de me arrepender.
Porque, ao contrário de você.
Eu faço o que quero.
E só digo o que sinto.
Se não sinto, não minto.

E todas essas palavras não são ressentimentos.
São mágoas de momento.

Vai passar.

Assim como eu passei pra você.

Pode apostar!


Renata Galbine!

O Seu Melhor Não Será O Suficiente



Não.
Não vai adiantar.
Não será o suficiente.
Depois dizem que você quem é exigente.

Você pode ser alta, baixinha.
Delicada.
Branquinha.
Gorda ou magra.
Aparentemente meiguinha.
Um pouco ogra.
Às vezes, mimada.
Um pouco irritada.
Às vezes, perturbada.

Você pode ser inteligente.
Escrever fluentemente.
Se vestir decentemente.

Ser esforçada.
Dedicada.

Ser menina de família.
Andar em boa companhia.

Pode ser simpática.
Comunicativa.
Engraçada, bem humorada.

Falar sobre tudo.
Todos os assuntos.

Você pode ser boa ouvinte.
Compreender.
Orientar.

Respeitar o espaço.
O trabalho, o tempo.

Ser do tipo:
Boa menina.
Sempre pra cima.
Não é rodada.
Mas sabe muito bem dar aquela rebolada.

Sabe dominar e ser dominada.
Não é uma mina enjoada.

Se quiser, faz.
Se puder, vai.
E o resto tanto faz.

Dona do seu corpo, extintos e gostos.

Não perde tempo.

Mas, acredite.
Todas as suas qualidades não serão o suficiente.

Surpreendente.
Mas, não.

Sabe coisas do coração?
Ninguém entende.

Não existem lógicas, nem razão.
Não dá pra tentar entender, pois nunca vamos compreender.

Quer saber?!

Bola pra frente.
Seja apenas você!


Renata Galbine!

Seja Apenas Você Mesma, Menina...



Engole o choro, menina.
Falar sobre sua realidade não pode ser pesado assim.

Sei que é difícil.
Sei que é chato....
Sei que é delicado e você não gostaria. 


A única coisa que você queria, é ser normal.
Se sentir normal e não apenas se fazer normal para a sociedade.
Mas essa é a sua verdade.


O passado não apaga. Ele ensina!
O presente, somente, pode disfarçar, mas não enganar.
E sei que não é o seu intuito mentir.
Mas sei que você faz isso pra não deixar ir.
Aquele momento que te cerca.
Aquele amigo que te alegra.
Aquela paixão que te sufoca.
Aquela emoção que te traz de volta a paz.

Mas não dá.
Uma hora não vai dar mais.

Você vai ter que assumir.
Você vai ter que explicar.
Você vai ter que se despir.
Despir a alma.

Mas tenha calma.

Sei que não é qualquer um que vai entender.
Mas é, justamente, o especial que você tem que querer pra você.
Sei que vai se decepcionar, achar que encontrou alguém que vai te aceitar.
Mas uma hora o jogo vai virar.

Você vai poder ser você.
Por completo.
Na chuva ou no coberto.
Com roupa ou nua.
Sem medo, nem receio.

Ser você.
Apenas você.
Simplesmente você.

Com suas marcas e histórias.
Com suas lutas e vitórias.
Com sua intensidade e ausência.
Com sua explosiva forma de lidar com a falta.
A falta do que foi e não vai voltar.
E a falta do que não veio e pode não chegar!


Renata Galbine!

Amor Matinal



Amanhecia.
Despertava e já te sentia,
Do meu lado.

E te desejava....
Você também me queria.


Não era pela barba roçando meu pescoço.
Não era pelos sussurros ao pé do seu ouvido.
Nem minha pele intacta sentindo a sua.

Era por tudo.
Naquele momento, o mundo a nossa volta não era nada.

Éramos só nós dois.

E o desejo da manhã, tomava conta da nossa cama.

Pra nós, não existiam as milhares de pessoas correndo pra ir trabalhar.
O trânsito pra enfrentar.
Os ônibus passando.
Os carros buzinando.
E o relógio mostrando que tínhamos mais um dia pra enfrentar.

A gente só queria se amar.

Acordar.
Se beijar.
Se sentir.
Se ter.

Como se fosse a primeira vez.
Que eu te tocava.
Que você me sentia.
Que eu sussurava.
Que você me chupava.
E eu te mordia.

Entregue pra mim.
E eu fazia assim,
Do jeito que você mais gostava.
Eu suspirava.
Enquanto minha cintura você segurava.

O suor escorria.
O coração acelerava.
Era o começo do nosso dia.

Não tem melhor bom dia,
Do que você sentir meu gosto.
E eu conquistar seu gozo,

Pra mim.
Por mim.
E fim.


Renata Galbine!

Conchinha de Amor



Eu poderia dizer sobre os dias.
As tantas horas e semanas.
Noites acordadas.
Conversas trocadas.

Mas só quero dizer sobre nossas madrugadas.

Aquelas que a gente conversava.
Falava sobre nosso presente.
E fazia planos para o futuro da gente.

Você pertinho de mim.
E eu juntinho de ti.

Escutando sua voz de sono bem pertinho do meu ouvido.
Sentindo sua respiração e suspiro.

Tocando sua pele.
Te beijando com carinho.
E aos pouquinhos estávamos nós dois dormindo.

A troca.
O toque.
A presença.

E ali, éramos um só.

No seu abraço você me protegia.
E assim eu não sentia medo, nem agonia.

E logo amanhecia.
O Sol anunciava mais um lindo dia.

Que alegria era te ter assim!


Renata Galbine!

Futuro Incerto



Segura essa ansiedade, menina.

Eu sei que você tem sede de viver.
Sei que você quer ver muita coisa acontecer.
Também sei que tem muito a aprender.
E quer.


Mas, sabe...

Nem sempre é na hora que a gente pensa que tem que ser.
Nem sempre é no dia que a gente se programa e paga pra ver.
Nem sempre estaremos com a melhor roupa, saúde física e mental.

Mas sem que você possa perceber.
Acontece.

De outro jeito.

Às vezes, parece que nada vai dar certo.
Que seu futuro está completamente incerto.
E você se desespera.

Espera.
Se acalma.
Respira.
Aguarda.

O que tiver que vir, vem.
O que tiver que ir, se vai.
Dando lugar para o novo.
Te surpreendendo e te fazendo entender,
Que tinha que ser assim.
O que não é pra ser nosso, sempre vai.
Mais cedo ou mais tarde, vai.
Dando lugar para aquilo que tem que chegar e ocupar seu verdadeiro lugar.

Se acalma.
Acredita.
Respira.
Inspira.

O que for seu, vai chegar.
Não precisa se desesperar.

Para de chorar!

Renata Galbine!

Me Queira.


Então para.
Deixa o que está fazendo.
Para o que está pensando.

Me olha.
Me toca.
Me molha.


Me assanha.
Me acanha em seus braços.

Me prende.
Me rende em seu abraço.

Me cheira.
Me beija.
Me queira.

Me morde.
Não solte.
Me toque.

Me puxa.
Maltrata,
Que eu gosto.

Você eu deixo,
Preciso,
Não queixo.

Sacia.
Alimenta minh'alma.

Me deseja.
Me enlouqueça.
Me queira.

Em minutos.
Me derreta.
Me assanha.

Me tenha.
Se faça em meus braços.
Aproxima.
E sinta meus lábios.

E assim,
Com o tempo,
Vou me entrelaçando em seus laços.

Sou sua.
Nua.
Entregue.

Não negue.
E diga que sim.

Vem logo,
Se entrega pra mim!


Renata Galbine!

Arrisque-se a Viver.


A vida é uma eterna incerteza, portanto:
Viva.
Por ora:
Faça.

Não carregue a dúvida.
Tão pouco o peso do arrependimento.
Por não ter tentado.
Por não ter falado.
Por não ter procurado.
Por não ter desculpado.
Por não ter se entregado.
Por não ter se apaixonado.
Por não ter amado.
Por não ter escutado.
Por não ter olhado.
Olhado em volta.
Seguido em frente.
Olhar profundo.
Olhar o mundo com mais clareza.
Levar a vida com mais leveza.
Entender que nem tudo é como a gente quer.
Mas como tem que ser.
Para que possamos crescer, amadurecer.
Mas que nem por isso não será bom enquanto durar.
Não será positivo o que nos proporcionar.
Não será emocionante no futuro quando se lembrar.
E satisfatório quando for falar.



Viva.
Faça.
Não adie.
Acredite... O Tempo passa.
E não há nada que o traga de volta.

O futuro é incerto.
Portanto:
Viva o hoje.
Esse sim está nas suas mãos!


Renata Galbine!

terça-feira, 14 de março de 2017

Angústia no Peito.




Essa angústia sufoca.

Impede que eu possa me manter em equilíbrio.
Acompanhe meu raciocínio:

Até o amanhecer você se abre e confessa.
Diz que me esperou 33 anos e não tem pressa.
Diz que não há nada que eu peça que você não queira me dar.

Você diz que é inseguro e encontrou em mim um porto seguro.
Que é fechado e focado, mas comigo criou um laço.

Que conversa, e gosta.
Que sente vontade, e fala.
Se abre.
Que é um sentimento que invade.
Sem explicação, o seu coração.
O seu.
E te digo que.
Também o meu.

Mas ai você some.
Não fala nada, se esconde.
E a angústia me consome.
Não diz nada, me assusta.

E eu me pergunto:

- Será que é normal?
- Será que tudo o que me diz é real?
- Por que some assim?
- Não tem um tempo sequer pra mim?

E eu fico aqui me perguntando.
Me questionando se mais uma vez estou me enganando.
Se, sem querer, já acabei errando.
Horas e horas me questionando.

E você nada.

Será que está trabalhando?
Será que está me evitando?
Será que se enganou?
Será que comigo você brincou?

E eu não sei se pergunto ou deixo.
Se te espero ou te esqueço.
Se tiro você do peito.
Ou me viro do avesso até te ter pra mim!


Renata Galbine!

segunda-feira, 13 de março de 2017

Quebra o Silêncio


Não é a distância, nem a falta.
Não são os quilômetros, nem horas a fio que passam diariamente.
Não são os mil pensamentos que tomam minha mente.
Não é a sede de te encontrar.
Nem mesmo a necessidade de te conhecer cada vez mais.
Saber sua verdade, entender sua mentalidade.

Não é por não receber seu bom dia.
E não estar ao seu lado no final da noite.
Não é por não poder dormir e acordar com você.
Nem mesmo por não poder, ainda, te ver.
Te sentir.
Te olhar.
Te descobrir.
Me entregar.

É o silêncio.

É o tempo.

A falta.
A espera.
A dúvida.
O medo.

Receio.

É, de fato, não saber o que esperar.
Imaginar.
É duvidar.
Nem sempre acreditar.

É o silencio que toma conta e me faz pensar.
Pensar de tudo.
Pensar em tudo.
Inclusive que nada vai vingar.

Acontecer.
Concretizar.

Te olhar.
Te tocar.

O silêncio amedronta.
A alma insegura, pede:
- "Me chama."
Só pra dizer:
"Estou aqui. Não esqueci de você. Quando vai vir?"

O silêncio inibe, esfria, perturba.
O silêncio faz questionar, duvidar, não conseguir acreditar.
Que me esperou, como disse, 33 anos e eu 29 pra me entregar.
Pra você!


Renata Galbine!

Linda Lua.



Lua Cheia. Linda Lua.
Quando te olho da minha janela ou da rua.
O coração se encanta.

Toda angústia se espanta. 

Minha mente viaja.
Não há sentimento que afasta a paz de te olhar.
Te olhar e imaginar.
Quem está te admirando.
Quem está te olhando.
De tão longe, observando. 


A mesma imagem que eu olho.
A mesma beleza que eu vejo. 


Você.
Linda.
Iluminada. 


Linda Lua. Lua Cheia.


Que encanta e incendeia.
Quem te olha e te admira.


Lua Linda.
Lua Cheia!



Renata Galbine!