sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

Vem por inteiro


Vem e chega.
Mas chega devagar.
Cuidado onde pisa.
Que é pra não se machucar.

Já vou logo avisando.
Que é pra depois não reclamar.

Tira o sapato e vem de mansinho.
Traz o amor.
Aos poucos, de levinho.
E não esquece o carinho.

Chega e faz de mim a sua amada.
Para que, então, em tempos de tempestade,
Meu coração lhe sirva de morada.

Vem que tem espaço.
Apesar de apertado.
O que mais cabe é o abraço.

Vem que te ofereço um café.
Quem sabe até um cafuné.
Ofereço também o meu amor.

O café, às vezes, é meio amargo.
Qual você quer?

Vem e chega até mim.

Mas se vier.
Vem pra ficar.
Pra cuidar.
Acrescentar.
Abraçar em seus braços.
Entrelaçar em sua vida.

Por que aqui já chegou muita gente que fez bagunça.
E não ajudou a limpar.

Têm alguns cacos ali.
Por isso eu avisei pra ter cuidado em não se machucar.

Têm algumas cicatrizes aqui.
Mas não se assuste, foram feridas, fazem parte de mim, o tempo foi capaz de curar.

Vem.
Eu não quero me machucar, tão pouco, te ferir.
Pode vir.

Vem se quiser.
Mas se vier.
Vem pra ficar.

Não pra ficar entre a porta.
Ou, do nada, partir.

Vem por inteiro.
Sem metade.
E sem medo!


Renata Galbine!

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