quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Saudade Boa


Muito falamos,
Vemos,
Escutamos,
Lemos sobre a saudade daquilo que perdemos.

Mas pouco nos deparamos com relatos da saudade do que temos.

Não aquela saudade que dói.
Que causa vazio.
E resultam em lágrimas.

Mas aquela saudade gostosa.
Que até pode doer um pouquinho, bem no fundinho.
Mas, por fim, resultam em sorrisos.

Sorrisos porque sabemos que temos.
Sabemos que, em algum momento, se não estiver por perto, logo vai voltar.
Sabemos que o que bate dentro de si, também bate do lado de lá.
Sabemos que é recíproco.
E para isso não há palavras que possam explicar.

Saudade em flash que vêm em nossa mente.

O cheiro.
O toque.
O jeito.
O carinho.
O beijo.
O olhar.
O sabor.

O Amor!

As conversas.
A troca.
A entrega.
A energia.
A alegria de estar junto.
E o quanto o mundo parece parar a nossa volta nesse momento.

Não tem dia, não tem hora, nem lugar.

A noite se faz dia.
A manhã se faz noite, mas, nem de longe, cedo demais para se amar.

Cada vida uma rotina.
Os compromissos.
E responsabilidades.

Em alguns momentos, ter que se distanciar.
Não é abrir mão, nem deixar de priorizar.
É, somente, dar o curso na vida que não pode parar.

E é aí que bate a saudade.
Aquela saudadinha que dói no fundinho.
Bem de levinho.

A vontade de resolver tudo e poder voltar.

Para os braços.
O abraço.
O aconchego.
A proteção.
A ligação incomparável e inexplicável.

O calor em noite fria.
O suspiro.
O toque de realidade em um momento de delírio.

Passar dias e dias juntos.
Dias seguidos.
Intensamente vividos.

E quando chega o dia de voltar para a "realidade".
Embora a nossa história seja a mais pura verdade.
Logo ao amanhecer, bate aquela saudade.
Aquela fragilidade no peito.

E aí, quando te vejo ir, as lágrimas chegam a escorrer.
O peito chega a apertar.
Mas logo passa.
Porque sei, sem sombra de dúvidas, que logo você a de voltar.

E estar comigo.
Ao meu lado.

Eu aconchegada, acolhida e envolvida em seus braços.
Já não sei mais te ter distante.
Ficar distante.
Viver distante.

Desse sentimento que tomou conta de nós de forma tão constante.
E, mesmo quando precisamos estar distantes, o seu amor me é o bastante.

O bastante para, tranquilamente, te aguardar.
Pois sei que, quando eu menos esperar.
Talvez antes do meu despertar.
Você já vai ter voltado e já estaremos respirando o mesmo ar!


Renata Galbine!

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Seres Oportunistas


A palavra de hoje é:

Oportunista!

Palavra comprida e até meio enrolada de ser dita.
Sem falar do que ela carrega em seu fundamento e significado.

Você já se deu conta da quantidade de oportunistas que nos cercam?

Temos oportunistas por toda parte.
Ao nosso lado.
A nossa volta.

E até mesmo dentro de nós.
Dentro mesmo, em nosso organismo.
Trata-se daquelas infecções que se apossam em um momento de debilidade e fragilidade do nosso corpo.

Se você parar pra pensar minunciosamente, chega a dar medo.
Até mesmo desespero em viver.
Por ter que se deparar e lidar com casos assim.
Situações assim.
E acima e o pior do que isso:

Pessoas desse nível!

Elas existem.
Ah. E como existem!

Pessoas oportunistas, pra mim, são como parasitas.
Nada mais são do que indivíduos que vivem dentro do outro para um único fim:
Se alimentar, se manter, explorar, pensando apenas em si.

Me causa até uma certa repulsa.

Aí me vem em mente os animais.
Seres que nos amam verdadeiramente.
Se doam, demonstram.
Possuem para nos oferecer nada além de muito aprendizado, um legado e o mais puro e verdadeiro amor.
Entretanto, nos oferecem diariamente e fielmente.
Mesmo depois de uma bronca, um castigo.
Eles sempre nos oferecerão um gesto como se fosse um sorriso.

O ser humano, embora se diz ser um ser pensante e racional.
Por tantas vezes, age de maneira banal e irracional.

Muitas vezes, pensam apenas e somente em si.
Quantas vezes, se planejam e articulam situações para o seu próprio interesse.

Sabem cobrar.
Cobrar, cobrar e cobrar.

Cobrar atenção.
Cobrar satisfação.
Cobrar presença.
Agindo, em suma, na mais pura injunção.

Só que tem uma coisa:
Bem como uma infecção atinge o nosso organismo em um momento de baixa imunidade.
Uma pessoa oportunista, tende, também, a nos atingir em um momento de maior vulnerabilidade.

Cabe a nós alguns fatores.
Importantes, indispensáveis e até mesmo protetivos.
Que, no meu ponto de vista, são eles:

Saber que essas pessoas existem.
Entender que essas pessoas nos cercam.
Enxergar quem essas pessoas são.
Saber lidar, driblar, colocar cada uma em seu devido lugar.

E, por fim, e não menos importante.
Talvez até o mais fundamental de tudo o que já foi falado:

Estar blindado.
Confesso que não gosto muito desse termo.
Mas não consegui encontrar outro melhor que sugira proteção maior para pessoas parasitas, se não esse.

Portanto, que tenhamos:

Maturidade.
Consciência.

Discernimento.
Fortalecimento.

Que não nos falte para que possamos lidar.
Para que consigamos enxergar e se proteger desses seres que nada nos acrescentam.

Seres individualistas.
Nada são além de sanguessugas.
Muitas vezes se mostrando ser o que não são.

Pois não passam de grandes oportunistas!


Renata Galbine!

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

O Tempo certo de tudo


Por tantas vezes não conseguimos entender o percurso de como as coisas acontecem.
O por que certas coisas nos aborrecem, nos iludem, nos intristecem.
Até mesmo o por que certas coisas deixam de acontecer.

O por que conhecemos pessoas.
E num piscar de olhos se tornam meras desconhecidas.
Se tornam pessoas distantes, que nunca mais conversamos e, talvez, nunca mais iremos ver.

Não sei.
É a sensação que dá.
É o sentimento que fica!

Por tantas vezes, ficamos sem entender.
Simplesmente, sem entender nada.
E nos perguntamos, nos questionamos...

Há situações que parecem não ter respostas.
Há situações que o tempo nos mostra.
Há situações que, talvez, nunca vamos conseguir entender.
Há situações que seremos incapazes de esperar, tão pouco, imaginar viver.

Há situações e situações...

A gente vive uma vida se questionando e se perguntando.

A gente se pergunta o por que determinada história chegou ao fim.
O por que determinada situação não aconteceu.
O por que alguma oportunidade não nos ocorreu.

A gente se pergunta até quando se depara com uma história o por que não nos aconteceu antes.
Lá atrás.
Bem mais distante.
Talvez, para que já pudéssemos estar desfrutando daquilo que hoje nos proporciona tantas coisas boas.

Mas a verdade é que a vida é uma verdadeira e eterna incógnita.

Muitas vezes não teremos mesmo respostas.
E não é isso o que mais importa.

Muitas vezes nos acontecem coisas difíceis, pesadas, inacreditavelmente tristes.
A gente sente até que não vai conseguir tolerar, superar, encarar.
Mas consegue.
A gente sempre consegue.

Te digo porque eu já passei por tantas que jamais poderia imaginar.
A vida impôs pra mim.
Assim... Do nada!
De repente me vi de frente com o que eu mal esperava.

Doeu.
Me estremeceu não só o coração, mas também a minha alma.
Mas passou.
Eu superei.
E, acima disso:
Amadureci e fortaleci.
Feito o galho de uma árvore que se torna um tronco no decorrer do tempo.

E a vida, bem como nos prega peças "suspeitas", estreitas e desfeitas.
Nos prega também peças surpreendentemente perfeitas.

Perfeitas porque se encaixa, sabe?!
Se encaixa ao seu jeito de ser.
Se encaixa ao seu jeito de viver.
Se encaixa as suas qualidades e até mesmo defeitos.
Se encaixa na forma mais clara do que você é, sem ser necessário disfarçar e esconder.

E, realmente, como aquela frase diz e que, vira e mexe, leio por aí:
"Se não foi, não era pra ser."

E vou te dizer:
Não mesmo!

A vida sempre vai guardar coisas boas pra gente.
Para cada um de nós!
Pode demorar.
Pode parecer que nunca vai acontecer.
Mas acontece!

E quando acontecer...
Simplesmente, viva.

Não pense.
Não tema.
Não desista.

O que a vida de bom nos proporcionar.
Nós, jamais, em hipótese alguma, podemos e devemos desperdiçar.

Porque, existem situações;
Histórias;
Oportunidades;
Momentos;
Pessoas,
Que entram nas nossas vidas e não é por coincidência ou ao acaso.

É porque tinha que ser.
Independente de como e quando seja.

Se estão fora das ''regras'' e normalidades da sociedade.
Se está "fora do tempo" que você pensa estar.
Pare pra pensar:

Para tudo há um tempo certo.
E só vai acontecer na hora que tiver que ser.

E se está sendo: Será!
Não há nada que possa impedir se a vida.
A VIDA.
Logo ela.
Te proporcionou vivenciar.

Seja o tempo, a hora, o momento, o que for e como for.

Simplesmente, agarre.

Enxergue.
Não perca.
Não solte.
Não tema.

Somente VIVA!


Renata Galbine!

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Para Germinar, é preciso Regar


A palavra de hoje é:

Germinar!

Você já parou pra pensar que tudo começa por uma semente?

Tudo.
Absolutamente tudo.
Inclusive nós!

Toda vida que nasce, é resultado de uma semente que vinga.

E pensando que esse possa ser um fato profundo e considerável.
Que possa ser, praticamente, o mais fundamental e implacável.
Existe algo que consegue ir além do:
"Plantar uma semente".

E eu estou me referindo a uma pequena palavra, mas com um significado eminente:

Regar!

Regar, é cuidar.
Não exagerar na água.
Saber a posição certa do sol.
Não deixar apenas na sombra.
Manter em um ambiente arejado, adequado.
Para que não seque e, de forma suficiente, possa respirar.

Assim são nos relacionamentos e relações humanas...

Regar através de cuidados.
Regar através de palavras e gestos.
Regar através da presença.
Regar através da verdade, lealdade, fidelidade.

Regar e Regar.
Sem faltar e sem exagerar.
Cada dia um pouquinho.
Em conta gotas, demonstrando em amparo e carinho.

E aí, então, vem o "Germinar".

Só vai germinar se regar.
Se cuidar.
Se zelar.

E tudo o que temos na vida, o que conquistamos, recebemos, ganhamos.
Não me refiro ao material, mas, sim, ao sentimental.

Da mesma forma que tantos se esforçam para conquistar.
Temos que saber, lembrar e não se esquecer que:

A "luta", é diária e frequente.
Não, simplesmente e somente, conquistar.

Conquistar nem é tão difícil se você parar pra pensar.
O difícil mesmo é, sim, preservar.
E vejo o quanto isso, cada vez mais, faltam nas relações.

Vejo amizades se acabando.
Contatos se distanciando.
Confiança se quebrando.
Relacionamentos esfriando.

A maioria das vezes, se você parar pra reparar, é pelo mesmo e único motivo.

As pessoas se despõem demais em ter.
Se apossar.
Se aproximar.
Conquistar.

Mas se indispõem em manter.
Preservar.
Cuidar.
Doar.
Conversar.
Esclarecer.
Transparecer.
Demonstrar.
Amar.

A confiança.
Uma amizade.
Um namoro, casamento.
Ou seja lá qual for a relação.

Entenda...

Não vai durar.
Não vai crescer.
Não vai prevalecer.
Florescer e fortalecer se não fizermos a nossa parte.

Parte feita pouco a pouco.
Dia pós dia.

Sincera e honestamente.
Se dedicando.
Se doando.
De forma verdadeira e transparente.

Só assim você verá.
Colherá.
Terá.
Conquistará.
E, acima disso, manterá.

Só assim.
Seja o que for e como for.

Vai Germinar!


Renata Galbine!

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Carinho a quem merece receber



Como é bom dar carinho pra quem merece receber...

Quem é que não tem carinho dentro de si para oferecer para o outro?

Quantas vezes nos doamos para quem não merece.
Expressamos para quem não reconhece.

Quantas vezes oferecemos um pouco de nós para quem não sabe receber.
Notar e perceber.

Às vezes, oferecemos sem esperar nada em troca.
Ás vezes, ao contrário disso, oferecemos e esperamos, sim.

Quando não recebemos o mesmo, dá uma dorzinha no peito.
Quando nos é recíproco, dá uma alegria e satisfação.

Mas, de fato, poder expressar um carinho.
Colocar pra fora esse sentimento em gestos e atitudes.
Até mesmo em palavras.

De forma espontânea.
Nada forçado, estudado, planejado.

Simplesmente, sentir e poder oferecer.
Até mesmo retribuir o que temos o privilégio de ter.

Às vezes, nós até desconhecemos o tanto de carinho que existe dentro de nós.
Porque por desilusões, medos, amarras e receios nos anulamos.
Congelamos ele lá bem no fundo do peito.

Mas quando nos deparamos com alguém que, verdadeiramente, faz por merecer.
E do nosso carinho merece, de fato, ter...

Que bom.
Que delícia.
Que gratificante.

Poder dar.
Oferecer.
E doar um pouco ou um grande tanto de nós.

Carinho dado merecidamente, é um afago para nossa mente.
E também ao coração.

Pois ajudar o outro.
Cuidar do outro.
Acarinhar o outro.
Amar o outro.
Jamais, de forma alguma, nos proporcionaria um sentimento se não positivo e de gratidão.

Pois quando fazemos o bem, nos sentimos bem.
Quando ensinamos, aprendemos.
Quando oferecemos o melhor, recebemos, de certa forma, o mesmo pra nós.

Se tem carinho aí dentro.
E, mais.
Se tem quem mereça recebê-lo.
E, sim, sempre tem alguém que mereça.

Dê!
Doe.
Ofereça.

Entregue.
E não se esqueça:

O carinho que vai, vai como o sol claro de uma tarde de verão.
O carinho que vai, vai como a beleza de uma borboleta em seu jardim.
O carinho que vai, vai leve como a brisa do mar quando você sente no rosto ao se sentar na areia.

O carinho que vai, vai como a pureza de uma criança.
O carinho que vai, vai como uma música que você gosta muito de escutar.
O carinho que vai, vai como um presente inesperado que você adoraria ter, mas não imaginaria receber.

O carinho que vai, pode não voltar pra você.
Mas, raramente, será apagado e esquecido por aquele que o recebe.

O carinho que vai, não é visto.
Ele é mais do que isso:

É sentido!


Renata Galbine!

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Pequenos Detalhes


São nos pequenos detalhes...

Seu cheiro que é sempre o mesmo.
Forte, marcante, fácil de identificar e difícil de enjoar.

Seu olhar que olha fixamente ao meu.
A cada conversa que temos, sempre estão direcionados, falando tanto quanto suas palavras.

A porta do carro que você abre pra eu entrar.
A sua mensagem de "Bom Dia", esperando pelo meu despertar.

A sua visita no hospital quatro vezes na semana.
Largando o que for, priorizando em estar ao meu lado pra me apoiar.
E, além de apoiar, fazendo eu me sentir protegida, amparada, acolhida.

Além daquele macarrão com carne moída.
Até mesmo aquela rúcula que você ama e não cansa de me oferecer, no intuito de me fazer comer.

As bobagens que eu falo e você ri.
As lágrimas que eu derramo e você seca.
As palavras que eu pronuncio e você me alerta.

Me orienta.
Me ensina.
Me mostrando sempre o lado bom da vida.

Os minutos juntos pela manhã.
As horas juntos durante a noite.

O calor dos seus braços junto ao meu abraço.
O limão que colhe pra me entregar, pois sabe que vou amar.
A pitanga que preservou para que somente eu pudesse pegar.

Com pena ter que me acordar.
Mas, ao mesmo tempo, me proporcionando tanto carinho ao me despertar.
Com direito a mesa de Café da Manhã para quando eu levantar.

Eu ser o pensamento que você afirma ser o primeiro do seu dia.
A saudade que aperta quando precisamos estar longe.
A cada descoberta que temos quando estamos juntos.

Te tirar de uma caixinha onde você estava escondido.
Despertar esse lado que parecia ter se anulado, sem mais a esperança de ser revivido.
Te proporcionar momentos que não eram vividos há tanto tempo.
Ascender sentimentos sentidos há tantos anos que estavam adormecido.

Te fazer notar que sou hoje quem você foi um dia.
Te fazer relembrar e repensar o ontem.
Mas com a oportunidade de viver o hoje.

Um hoje tão inimaginável e inesperado.
Um hoje tão meu e tão seu.
Um hoje tão nosso que já somos capazes de compreender.
Mas um hoje que ainda não sabemos descrever para que os outros possam entender.

E nisso, vamos vivendo.
Nos surpreendendo um com o outro a cada dia.
Pensamentos, atitudes.
Histórias, gostos e semelhanças.

De fato, nos descobrindo.
Nos conhecendo.
Nos entregando.

Pra essa história.
Pra essa oportunidade.
Pra esse sentimento.
Que parecia tão simples.
Mas somado a tudo isso que citei aqui, e tantas outras coisas que já vivenciamos.

Foram dos pequenos detalhes.
Gestos singulares.
Que chegamos até aqui.
E que a gente possa, consiga e nos seja permitido seguir.

Assim.
Do nosso jeito.
A nossa maneira.

Até onde Deus permitir!


Renata Galbine!

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Lidar com a Perda


Como é difícil lidar com uma perda...

Cheguei a conclusão de que, independente, de quantas a gente tiver que viver.
Nós vamos sofrer.
Independente de quantas tivermos que passar.
Todas, sem exceção, serão difíceis de encarar.

Perder, é não ter nunca mais.
Perder, é não ter um pouco.
Perder, é ficar com nada.

Nada além de lembranças.
Nada além de memórias.
Nada além de histórias.
Nada além de saudade.

Não que lembranças, memórias e histórias sejam pouco.
Mas lembranças e memórias, são coisas que foram.
E, muitas vezes, não mais serão.

Histórias são palavras, frases, escritas pela vida.
Marcadas em nossas mentes.
Levadas com o vento.
Porém, jamais apagadas em nossos corações.

Mas, chegada uma hora, acabam as linhas.
Os parágrafos.
E as folhas.
E, por fim, a história.

E o que ela nos deixa?

Tanto de si.
Nos marca profunda e verdadeiramente.
Pra sempre!

Ensinamentos.
Sentimentos vividos de forma tão intensa.
Gestos vistos de forma tão genuína.
Momentos passados de maneira tão singular.

E aí eu não só afirmo, mas me pergunto:

- "Como lidar com a perda?"
- "Como lidar com a dor?"
- "Como amenizar o vazio?"

A cada perda, parece que leva um pedaço de nós.

Quando achamos que estaremos mais maduros e firmes para a próxima que vier.
Seja qual e como for.
Mero engano!

Os olhos desabam em prantos.
O coração fica em total desencanto.
E a mente fora de órbita.

Acho que esse, é um aprendizado difícil de ser praticado.
Mesmo se houvessem escolas.
Mesmo havendo Doutrinas.

Pra aliviar a dor da perda, não há "aspirinas".
Pra tratar um coração em ruínas, não há "proteínas".

Perder será sempre difícil, nunca estaremos isentos.
Tratar só mesmo com o tempo!


Renata Galbine!

sábado, 10 de fevereiro de 2018

Em Memória


Ei, Vida...

Preciso dizer algumas coisas pra você.
Agora, definitivamente, precisamos conversar.

Você não cansa?

Não é nem pelo fato de tirar aquilo que aprendemos a amar.
Pois essa é a única certeza que temos.
Essa é a tal "lei da vida".

Mas, Vida...

Vem aqui.
Tenta me explicar.
Eu preciso entender.

Por que?!

Por que tem nos tirado mais do que tem nos dado?

São tantas perdas sequenciais.
A maioria foram os meus animais.
Mas ela, embora não fosse minha.
Minha "Filha".
Era "Sobrinha".
Que eu amava, cuidava, me preocupava.
Que eu amo.

Ela gostava de dormir na minha cama.
A última vez em que ela dormiu, o que têm poucos dias, foi tão pertinho, tão juntinho de mim, que eu até estranhei, já que o cantinho dela sempre foi ao lado do meu travesseiro.
Quando eu entrava no quarto, ela entrava junto pra beber água no pote da Tiba.
A Tiba que não está mais aqui, mas mantive o pote de água dela no mesmo lugar.

Quando eu saia do banho, ela ia beber água no boxe.
- "Alice, vai beber essa água quente???" - perguntava, indignada. Mas ela amava.
Quando eu ia escovar os dentes, ela vinha correndo de onde estivesse, subia na pia pra beber água na torneira. E bebia, com total delicadeza.
Quando todos saíam ela ficava feito uma princesa no quarto, deitada na cama.
Ou então esparramada em cima da geladeira.

E agora?

Como explica para o coração que nada disso vai mais acontecer?
Como explica que nada disso estará mais ao alcance dos nossos olhos?
Como conseguir entender?
Como lidar com a solidão do vazio de um ser que conviveu por anos com você?

Você faz ideia da dificuldade de ter que lidar com isso novamente?
E mais...
Você faz ideia do quanto dói ver quem você ama sofrendo pela perda, dessa dor que eu conheço bem?

Eu sei o que já passei.
Eu sei o que senti e o quanto sofri.

O ano anterior, foram três dos meus.
Eu continuo e continuarei me perguntando eternamente:

- "Por que?!"

Em meio a tantos.
Diante de todos.
Por que os mais apegados, cuidados e amados?

Essa dor que sufoca e dilacera o peito.
Parece até que não vamos conseguir seguir.
E ter forças pra continuar vivendo.

Sim.
Dói.
Dói mesmo.
Dói muito.

Exagero?
Pode ser para alguns.

Sem sentido?
Não me interessa saber o que o outro pensa, julga, sente ou deixa de sentir.

Até porque, só se sente uma dor quando se tem o privilégio de viver tal amor.
Lamento por quem ainda não teve esse privilégio e dádiva de amar e ser verdadeiramente amado.

Vida...
Talvez, você esteja querendo nos ensinar, nos mostrar alguma coisa.
Mas tem que ser dessa forma?
Tão dura e doída.

Pode ser revolta minha.
Mas acho covarde o ato de nos dar o direito de adotar, acolher, amparar, cuidar, nos apegar, amar.
E sempre em um momento de maior sufoco e dificuldade, as coisas desandam sem que a gente tenha tempo de reverter e não deixar o pior acontecer.
Vem você e tira, arranca de nós.

É pra mostrar quem manda?
É jogo de poder?

Você amar e não ter condições de poder ajudar o suficiente a ponto de conseguir salvar.
Você amar e viver com o vazio, uma lacuna, a culpa e a dúvida:
- "E se eu pudesse ter feito mais?!"

Não é fácil perder assim.
Perder pra você.
Perder, literalmente, pra vida.

Estou falando de amor.
Troca.
Convivência.
Lealdade.
Detalhes pequenos que marcam de forma grandiosa, profunda e eterna.

A falta de oportunidade, é que dói.
A falta de tempo, é que machuca.
A falta de poder, é que perturba.
Perturba a mente e o coração.
E nos resta a sensação de culpa.

Quem disse que gato têm sete vidas, estou chegando a conclusão que mentiu.
Se equivocou, errou.
Ela tinha sua vida cuidada e preservada.
E mal que pudessemos ter tido a oportunidade de fazer alguma coisa, ela partiu.

Será que ainda restam 6 para que ela possa voltar?
São perguntas que fazemos.
São desculpas que arrumamos para as lágrimas pararem de cair.
São saídas que tentamos vislumbrar para tentar acalmar o coração e encontrar forças pra seguir.

A nossa Esquila virou Anjinho.
Da "Pontinha" para a pontinha do céu, o mais próximo de nós de forma que possa até desequilibrar dessa ponta e cair em nossos braços novamente.

- "Vida, com você já falei o que precisava.
Muito obrigada!"

- "Princesa da tia, ajuda a mamãe?
Embora eu conheça cada segundo dessa dor, nem sei se sei ajudá-la.
Mas prometo não desampará-la!"

Obrigada por tanto amor.
Pelo narizinho de esquilo.
Pela postura de mocinha.
Por todo o companheirismo.
Pelas noites em que dormiu aqui comigo.

Ainda não conseguimos acreditar.
Mas jamais deixaremos de te amar.
Pois o amor nunca morre.

Te Amamos!


Renata Galbine!

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

É impossível não te amar


E o tempo vai passando...

E as marcas na pele são os primeiros traços de que o tempo está, de fato, caminhando.

Por quantas e infinitas vezes era você quem pegava nas minhas pequenas mãos...

Pra sair de casa.
Pra entrar no carro.
Pra atravessar a rua.
Pra me buscar no colégio às seis horas da tarde.

Hoje, vez ou outra, eu tenho me visto fazendo isso com você.

Às vezes, puxo a sua orelha.
Te acompanho nos médicos.
E tento até ser conselheira.

Mas jamais, em momento algum, te deixando de lado.
Te deixando sem amparo.

Luto por você.
Enfrento o mundo.
Faço o que eu puder pra te ver bem.
Pra te ter bem.

O seu nome a mim você escolheu.
A sua vida a mim você dedicou.
Em nenhum momento a mim você abandonou.

Pelo contrário...

Por mim você sempre lutou.
A mim você educou.
E, desde o primeiro instante, me amou.

Quando chega o seu dia, a cada ano, o coração aperta.
A cada vez, um pouco mais, o medo desperta.
Mas sei que na vida tudo tem sua hora certa.

"- Entendeu coração?!" - digo pra mim mesma no silêncio do meu quarto.

Chega a ser repetitivo sempre dizer e citar sobre o seu olhar.
O seu jeito de andar.
O seu modo humilde e carinhoso de conversar.

Esse é você.
Não tem como mudar.
Não tem como deixar de falar.

Logo.
Justamente por isso.
Por absolutamente tudo isso.
Cada palavra e detalhe disso.

Que é, absolutamente, impossível não te amar.

Como eu TE AMO.
Amo. Amo. E AMO!

Feliz Aniversário, Pai!


Renata Galbine!

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

Apenas te amar, ao invés de aturar


Estudando.
Lendo.
Escutando.
Chorando.
Esbravejando.
Amigos e conhecidos orientando.
Conforme o tempo vem passando.
Fui aprendendo e enxergando.

É dentro de casa que temos as nossas maiores dificuldades.
É dentro de casa que nos deparamos com as maiores provações.

Dificuldades de convivência.
Dificuldades de diálogo.
Dificuldades de gênios.

E a gente sofre.
Se desgasta.
Se estressa.

A gente se pergunta o por que?
Não consegue entender.

Se sente a pior pessoa do mundo.
Como se o outro fosse incapaz de enxergar onde você consegue ou, pelo menos, tenta acertar.

Tenta lidar, compreender, relevar.
Mas, ás vezes, parece que não vai dar.
É tão estressante e massante.

Por tantas vezes o ódio remói.
A mágoa sufoca.
Você sente vontade de sumir e ir embora.

Se pergunta.
Se questiona.
"- E agora?!"

É estranho alguém que sempre soube de você sem que você precisasse dizer.
E, com tempo se torna, basicamente, um desconhecido que você, praticamente, sente a obrigação de conviver.

Alguém com quem você deveria confiar por inteiro.
E já não te conhece mais nem pela metade.

Que você já não sente mais vontade de falar, comentar, dividir.
Que você já não sente mais vontade de se abrir, se mostrar.

E aí se pergunta se isso um dia vai mudar.
O que precisam aprender.
O que é necessário resgatar.

E você tenta levar.
Relevar.
Por tantas vezes engolir.
E aguentar.

Convivência pesada.
Confiança quebrada.
Amizade quase que forçada.

Se eu não posso confiar em você, em quem eu vou poder?
Por tantas vezes me pergunto e sinto tudo a minha volta ficar mudo.

Se sou eu quem tenho que aprender.
E você quem veio pra me ensinar.

Se é você quem precisa mudar.
E sou eu quem estou aqui pra te moldar.

Será que vamos conseguir?
Será que isso uma hora vai passar?
Será que vou conseguir, novamente, me abrir e, verdadeiramente, em ti confiar?

Falta muito pra esse dia chegar?!

É que é estranho e pesado ter que te aturar.
Ao invés de conseguir te amar!


Renata Galbine!

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

O sabor da liberdade


Com o tempo, fui reparando o verdadeiro significado da liberdade.
Fui sentindo o sabor que ela tem.
A importância e credibilidade que a cerca.

Com o tempo, fui notando o quanto eu sou livre e gosto de ser dessa forma.
Isso não quer dizer que eu goste de estar sozinha ou com todo mundo a todo tempo.
Tão pouco que eu não precise dar satisfações do que eu faça e faça o que bem entender.
Isso quer dizer que, dentro das possibilidades, eu não deixo de fazer.

E como é bom poder fazer o que tem vontade...

Ir aonde pode.
Estar com quem tem vontade.
Fazer o que tiver disponibilidade.
E por aí vai.

Com isso, fui reparando, fui notando...

Se eu gosto de fazer as minhas coisas.
Se têm coisas que, eu não só gosto, mas como preciso fazer.
Se eu gosto de ir aos lugares que gosto de estar.
Se eu gosto do meu tempo, meu espaço.
Se eu gosto do barulho, mas também do meu silêncio.
Se eu gosto de dançar, mas também, vez ou outra, parar pra meditar, refletir, me organizar.
Se eu gosto dos meus momentos que, ora são acompanhada, ora são comigo mesma.

Por que não entender as escolhas do outro?
Por que não respeitar as vontades do outro?
Por que invadir o mundo do outro?

Cada um tem seu tempo, seu momento, sua vontade, sua necessidade, prioridade.

A liberdade que a gente almeja pra nós, também temos que oferecer ao outro.
Seja um amigo, um parente, namorado, marido.
Quem for!

A liberdade é ter o seu tempo e dar ao outro o tempo dele também.
A liberdade é não forçar a barra, tornando um tormento, uma obrigação.
A liberdade é ir onde tem vontade.
E ter ao seu lado quem gosta de você de verdade.
Quem te quer de verdade.

O pássaro que voa livre, voa mais esperto, atento e fugaz.
Porque, no seu voo, ele vê de tudo, se depara com tudo.
E, justamente, por isso, é que ele tem a opção de escolha pra onde, de fato, quer voltar.

Não é como aquele pássaro na gaiola que está lá porque tem que estar.
Não tem outra opção.
Não tem por onde escapar e decidir pra onde quer voar.

Então permitir a liberdade, é dar o direito que o outro escolha.

Escolha para onde ir.
Escolha para onde voltar.
Escolha onde quer, verdadeiramente, ficar.

Permitir a liberdade, é deixar ele voar feliz, tranquilo, despreocupado.
Sem se sentir agoniado, sufocado, pressionado.
Sem se sentir aprisionado.

Permitir a liberdade, é confiar no outro.
Mas, acima disso, confiar em si mesmo.

Uma das piores sensações é quando o outro limita seu mundo.
Não respeita seu espaço.

Uma das melhores sensações é ter uma amizade, uma paixão, um amor.
Seja o que for.
E, naturalmente, sem seu esforço aparente, ver a pessoa te procurar.
Lembrar.
Se aproximar.

É ver que, embora você proporcione a ela total liberdade de escolha.
Ela opta por voltar!


Renata Galbine!

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

O Passado e o Presente


Sabe que a gente, às vezes, tem que viver determinada situação pra se dar conta da proporção de algo que estamos tendo a oportunidade de viver?

Às vezes, temos que encarar um fato.
Às vezes, temos que encarar o passado.
Às vezes, temos que correr o risco de tocar na ferida.

Justamente pra descobrir se ela ainda está la, se ainda dói e o quanto dói.
Justamente pra notar o que causou, o que machucou, o que levou até que isso acontecesse.
Justamente pra saber qual precaução devemos ter.

E se um dia isso aconteceu.
E se isso, por fim, terminou e, consequentemente, acabou te ferindo de alguma forma.
Apenas se perguntar:
''Se vale a pena ser remoído ao invés de ser esquecido.''

Tá certo.
Sei que não depende tanto e somente de nós.
Depende, principalmente, do tempo.
Das histórias que vamos vivendo e os novos acontecimentos.

Às vezes, você vai se deparar com um passado.
Vai se deparar de forma premeditada ou casual.
Simplesmente se deparar e ter que encarar.

Você vai olhar para o seu passado.
Logicamente, se lembrando de tudo o que viveu e aconteceu.
Tudo o que foi e da maneira que foi.

E então, você vai olhar para o seu presente.
Em como tudo está sendo.
E vai percebendo que o passado foi como tinha que ter sido.

Se acabou, tinha que ter ido.
Hoje não cabe mais ser remoído.
Vale, não, necessariamente, ser esquecido e apagado.
Mas guardado, ignorado.

De forma alguma prejudicando o presente.

O presente que se faz presente.
O presente que te foi um presente.

Por um passado que veio, você viveu, mas passou.
E ainda causou ferida que não cicatrizou.

Você nota que, embora ainda esteja dolorida e sensível.
Olhar pra trás não é mais uma opção.

Quando passa a emoção, você olha pra dentro do seu coração.
E aí se depara com o que verdadeiramente vale a pena.

Se depara com o que vale a pena sentir.
Se emocionar.
Viver.
Acreditar.
E se entregar.

Uma nova história.
Uma nova chance de aprender, ensinar.
Uma nova chance de sorrir e chorar, mas de alegria por estar lá.
Uma nova chance de respirar mais leve.
Uma nova chance de acordar mais alegre.

Uma verdadeira chance de cumplicidade.
Uma notória chance de viver uma verdade.

E com o tempo, sutilmente, sem que possa se dar conta.
Se curar.
Ver aquela ferida, por fim, fechar e cicatrizar.

E são fatos assim, que vem sem que você possa esperar.
E te mostram o que você jamais poderia imaginar.

Te ensina que passado que foi, não vale a pena voltar.
Passado que foi não tem o direito de te atormentar.
Te mostra que passado que foi, foi e não compensa voltar pra ocupar o presente que veio.

Presente que veio.
E vale a pena manter, permanecer e ficar!


Renata Galbine!