domingo, 22 de abril de 2018

Relação Falida


Não adianta você colocar o seu melhor vestido nesse seu corpo esquisito.
Forçar uma maquiagem nessa sua cara mórbida.
Tentar uma dança em seu ritmo fora de forma.

Não adianta querer chegar junto, ficar em cima, achar que manda e comanda.
Pois é a mim que ele ama.

Não adianta você pensar que amedronta.
Que a mim você desmonta.
E que o meu mundo você desmorona.

Pois o seu já caiu há muito tempo antes do meu.
Mas você é tão sonsa que nem nota.

Não adianta me filmar, me encarar.
Não adianta ter vontade de me matar e me colocar pra fora de qualquer lugar.
Pois onde você nunca esteve, lá é o meu lugar.

Lugar que eu não forcei.
Lugar que me posicionei, pois cativei e nem notei.

Quando vi, já estava lá!

Lugar que faço parte.
Lugar que faço arte.

Faço sorrir desde a hora de acordar.
Faço admirar quando fita o meu olhar.
Na hora de tomar o café da manhã, não paramos de conversar.
Pois a falta de assunto nunca foi algo a nos preocupar.

As caretas com o pão na boca que eu faço, brincando, para fazê-lo sorrir.
Enquanto a você, naturalmente, faz "careta" só em comer e existir.

Os nossos momentos de lazer.
A cada almoço e hora de jantar.
A nossa hora de adormecer e descansar.

Eu nos braços dele.
E ele entregue a me amar.

As nossas horas de prazer.
Eu fazendo dele o que você não foi capaz de fazer:

Homem!

Homem desejado.
Homem saciado.

Mas, acima disso...

Homem reconhecido.
Homem valorizado.
Homem enaltecido.

Homem Amado!

Como apenas uma, até hoje, foi capaz de fazer.

Eu não me implantei na vida dele feito uma planta sem vida.
Que parece que nem respira.
Que não tem cor, graça e nem vida.

Eu entrei na vida dele feito um terremoto.
Feito o sol que clareia e aquece o dia.
Feito a Lua que ilumina a noite.
De fato um ser que tem vida.

Será que você sabe, de fato, como é isso?!

De baixo da terra, tirei um ser onde só o coração batia.

Onde já estava enterrado.
Desmotivado.
Desacreditado.
Em um mundo sujo, no qual você mal imagina.

E ele confiou a mim em contar.
Acredita?!

E pra esse ser, eu, novamente, dei vida.
Seus dias, naturalmente, eu voltei a colorir.
O seu coração, a cada amanhecer, mais forte batia.
O seu sorriso, a cada momento, mais expressivo se abria.
E ele, a cada dia, mais jovem parecia.

Aquele ser que só o coração batia.
Que o mundo a sua volta, parece que nada mais existia.
Que o futuro não mais te pertencia.
E que a vida era aquilo e nada mais ele merecia.

Eu fui presenteada por ele um dia.
E ele a mim.
Com a minha vida.
Com a minha alegria.

Cumplicidade.
Troca.
Parceria.

História linda e atípica que poucos merecem saber.
Verdade que poucos seriam capazes de compreender.
Amor incondicional que poucos seriam capazes de entender.

Quanto a você...

Só lamento!

Dessa vida de só descontento.
Vida mecânica.
Rotineira.
Sem graça.
E vazia.
Que você se instalou em outra por puro interesse e comodidade.
Que, rapidamente, você resolveu fazer essa falida parceria.

O que dizer de uma planta quase seca, sem cor e sem vida?
Resumidamente, que só respira.

Nesses anos todos o que você não se esforçou, nem fez questão de conquistar.
Eu conquistei com o sabor de vida que o proporcionei.
Eu conquistei com o meu interesse de bem estar.
Eu conquistei com a minha presença constante e preocupação nada cessante.

Eu conquistei sem nada pedir.
Sem nada a combinar.
Sem nem planejar.

Não foi em um comum acordo.
Foi Deus.
O destino.
Sei lá!

Eu conquistei o que você até hoje não pronunciou, nem foi capaz de conquistar e escutar:

O Amor.
O "Eu Te Amo"!

E seja o que for.
Como for.
E quando for.

Eu sei que esse amor existe.
Nem você, nem bruxaria alguma será capaz de matar.

Porque o amor quando existe:
Vive dentro de nós, independente do que aconteça e quem esteja a nossa volta.

Porque o amor quando existe:
Não há quem desiste, pois se trata de um sentimento sublime.

Sentimento esse que, talvez, você nem tenha tido a oportunidade de conhecer.
E nem vá.
Porque o amor nasce onde há vida.

Quanto a mim...

Só lamento por você.
Que o melhor que sabe fazer, é vegetar, ao invés, de viver.


Renata Galbine!

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